sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Poesia - De Repente o Modernismo

Pra quem gosta de cultura
Vou te dar o meu presente
Falando de literatura
Vou fazer o meu repente

Meu repente é fuleragem
Sem frescura, sem eufemismo
E misturando a linguagem
Vou falar do modernismo

Mas vou falar do tal de um Pós
Que tem muita gente bacana
Gente esperta que nem “nois”
Um rebanho de sacana

Grande Sertão Veredas
Foi de um cara bom de prosa
O conhecimento não percas
Falo de Guimarães Rosa

Tinha um cara bem safado
Perdoa-me Por Me Traíres
Esse é o tema descarado
Da peça de Nelson Rodrigues

E no meio da mobília
Tem um livro, meu amor
É o Laços de Família
De Clarice Lispector

Tem João Grilo, tem Chicó e o fim da vida
Que tragédia, a risada não tem quem una
Tudo isso é o Alto da Compadecida
A bela obra de Ariano Suassuna

Tem também as gravações
Na madeira e no papel
E o que seria dos cordões
Sem a literatura de cordel?

Agora foi que lenhou
Esse tal regionalismo
Mas quem foi que inventou
Que isso tudo é Modernismo?



De Repente o Modernismo
Marcos Sorvane

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